terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Protestos no Egito se espalham e
polícia reprime manifestantes

Inspirados na Tunísia, egípcios querem fim de regime autoritário de Hosni Mubarak
Do R7, com agências internacionais
    Mohammed Abed/25.01.2011/AFPMohammed Abed/25.01.2011/AFP
    Manifestantes protestam em meio a policiais egípcios, pedindo por reformas e a queda do líder autoritário Hosni Mubarak

    A polícia do Egito está reprimindo com ar lacrimogêneo os milhares de manifestantes que tomara as ruas do Cairo para pedir o fim do regime autoritário do presidente Hosni Mubarack.

    Os protestos foram inspirados na chamada Revolução de Jasmim, que na última semana derrubou o governo da vizinha Tunísia.

    Segundo relatos citados pelo jornal britânico The Guardian, o site de microblogs Twitter foi bloqueado no país, para impedir a veiculação de imagens dos protestos.

    Os protestos, que começaram no Cairo, com cerca de 15 mil pessoas, começam a se espalhar pelo país. As ruas de Alexandria, a segunda cidade egípcia, também são palco de manifestações.
    "Fora Mubarak!" e "A Tunísia é a solução!" gritaram os manifestantes tanto no Cairo quanto em Alexandria (norte), segunda cidade do país, diante de uma maciça presença policial.
    Os manifestantes gritavam palavras de ordem a favor de reformas econômicas e políticas diretamente inspiradas da revolta tunisiana que tirou do poder o presidente Ben Ali.

    Segundo os serviços de segurança, entre 20 mil e 30 mil policiais foram mobilizados no Cairo para dar segurança a estas manifestações.


    EUA fazem defesa velada de regime egípcio

    No Cairo, uma mãe de três filhos que levava uma bandeira egípcia, gritava: "Mubarak, vai embora já, você é injusto, nos mantém famintos, nas tuas delegacias se pratica a tortura, você é um agente dos Estados Unidos".

    Justamente a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse esta terça-feira que os EUA têm a impressão de que "o governo egípcio é estável", apesar dos protestos que pedem a saída de Mubarak.
    Revolução de Jasmim faz escola no norte da África

    O movimento popular que derrubou o regime autoritário de Zine El Abidine ben Ali, na Tunísia, na última semana inspira manifestações em vários países do norte da África.
    Na Tunísia, a chamada Revolução de Jasmim teve início quando um jovem botou fogo no próprio corpo para protestar contra os abusos do governo. O protesto ganhou respaldo da juventude, que foi às ruas contra o regime.

    Desde então, já foram registrados pelo menos oito casos de cidadãos que botaram fogo no próprio corpo na Argélia, na Mauritânia, no Marrocos e no Egito.

    O Egito tem uma estrutura de poder parecida à da vizinha Tunísia, bem como a da Líbia, Argélia e Marrocos.

    O governo é comandado com mão de ferro por líderes autoritários, que se perpetuam no poder. Há limitações na liberdade de expressão e forte repressão policial.

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