domingo, 28 de junho de 2015


Estudo afirma que há apenas dois tipos de tigres no mundoL, em São Paulo



  • Tiziana Fabi/AFP
    Apenas seis especies de tigres ainda podem ser encontradas na natureza: o siberiano, o de-bengala, o do-sul-da- China, o de-Sumatra, o indochinês e o malaio Apenas seis especies de tigres ainda podem ser encontradas na natureza: o siberiano, o de-bengala, o do-sul-da- China, o de-Sumatra, o indochinês e o malaio
Um novo estudo divulgado nesta sexta-feira (26) sugere que existem apenas duas subespécies de tigres: os de Sonda e os continentais. Até então, os cientistas acreditavam que existiam nove subespécies de tigres: o siberiano, o de-bengala, o do-sul-da- China, o de-Sumatra, o indochinês, o malaio, além do de-Bali, do de-cáspio e de-Java, esses três últimos já considerados extintos. A descoberta gerou controvérsia entre os pesquisadores, alguns acreditam que ela pode, inclusive, ter impactos positivos e negativos sobre a conservação desses animais. Estima-se que haja apenas 4.000 tigres que vivem na natureza.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas do Instituto de Pesquisa de Vida Selvagem e Zoológico de Berlim, na Alemanha, investigaram as diferenças entre as subespécies, comparando o tamanho do crânio, padrão de pele, ecologia e a genética. Eles usaram dados de pesquisas anteriores já publicadas e coletaram novas evidências em museus que reúnem espécimes dos animais extintos.
Combinando as informações, eles encontraram poucas evidências para sustentar a existência das nove subespécies. Segundo um dos autores do estudo, Andreas Wilting, em entrevista à revista científica Science, foram encontradas diferenças genéticas entre as subespécies, mas analisando todos os traços em conjunto, é possível distinguir de forma confiável apenas dois subtipos de tigres.
As poucas espécies teriam como causa provável um desastre natural que teria acontecido há 70 mil anos quando o vulcão gigante Toba, em Sumatra, na Indonésia, entrou em erupção e matou a maioria das espécies de tigre que vinham se desenvolvendo há 2 milhões de anos, no sul da Ásia. Provavelmente, apenas uma pequena população sobreviveu e toda a variação vista hoje teria evoluído a partir dela.
Nesse cenário, os tigres de Sonda englobariam os tigres-de-Sumatra e os extintos tigres-de-Java e tigres-de-Bali. Já os tigres continentais reuniriam os demais subtipos já citados.
Para o zoologista da Universidade de Berna, na Suíça, Urs Breitenmoser, que não estava envolvido no estudo, a descoberta certamente causará controvérsias. "Acho o trabalho bastante convincente e em consonância com as outras descobertas recentes", afirmou em entrevista à Science. Já havia um estudo anterior, por exemplo, que sugeriu que o tigre-do-cáspio e o tigre-siberiano eram da mesma espécie.
Se a nova classificação for adotada, especialistas acreditam que será necessário aumentar os esforços para a preservação desses animais. Os tigres indianos, por exemplo, poderiam ser usados para reforçar a população de tigres-do-sul-da-China, a que está mais ameaçada de extinção. Além disso, os milhares de tigres nascidos em zoológicos, com pais de várias espécies, poderiam ser facilmente colocados em programas de reintrodução à natureza. 

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Conheça animais ameaçados de extinção no planeta165 fotos

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O tigre de Amur ou da Sibéria é o maior felino vivo do mundo. Encontrado na Rússia e na China, o 'Panthera tigris altaica' está em perigo de extinção segundo a classificação oficial do IUCN. Na década de 90, ele chegou a ser classificado como criticamente ameaçado, mas a população passou de cerca de 20 a 30 animais para cerca de 360 em 2010. A variabilidade genética é bem pequena já que eles descenderam de poucos tigres e vivem em uma área isolada. Na China, a população de tigres depende da migração de animais da Russia e conta com a introdução de cervos pelo homem para se alimentarem Leia mais Simon Fals/Polfoto/AP

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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Orca falsa é usada para espantar leões-marinhos 'indesejados' nos EUA

  • AP
    A orca de fibra de vidro foi levada de carro do Estado de Washington até Astoria, no Oregon A orca de fibra de vidro foi levada de carro do Estado de Washington até Astoria, no Oregon
Autoridades portuárias da cidade de Astoria, no Estado americano de Oregon, encontraram uma solução criativa para retirar centenas de leões-marinhos das docas: assustá-los com uma orca falsa.
A orca - conhecida popularmente como "baleia assassina", apesar de ser parente dos golfinhos, e não das baleias - é um dos predadores do leão-marinho.
Pensando nisso, um animal de quase 10 metros de comprimento feito de fibra de vidro foi levado ao porto de Astoria para espantar os leões-marinhos, já que eles não abandonaram o local quando o clima esquentou, como era esperado.
Autoridades afirmam que os leões-marinhos estão prejudicando milhares de empregos por causa de sua permanência nas docas.
As primeiras tentativas de usar a orca falsa, na quinta-feira, foram mal-sucedidas depois que o motor da orca foi inundado. No entanto, novas tentativas acontecem nesta sexta-feira.
"É um sinal do quanto estamos desesperados para tentar resolver esse problema", disse Jim Knight, diretor-executivo do porto de Astoria.
 
Leões-marinhos permanecem nas docas da cidades mesmo após o fim do inverno
"Simplesmente não temos os recursos financeiros para construir barreiras. Não temos escolha, a não ser buscar soluções criativas e de baixo custo."
Ele diz que ações necessárias porque um número tão grande de leões-marinhos ameaça as operações de pesca comercial e esportiva das quais a cidade depende.
"Há milhares de empregos em risco em nossa comunidade", disse Knight sobre a cidade de cerca de 10 mil pessoas situada perto da desembocadura do rio Columbia.
A orca falsa pertence a uma empresa de observação de baleias no Estado de Washington e foi levada de carro até o porto de Astoria.
Antes de optarem pelo animal falso, as autoridades de Oregon já tinham tentado técnicas como colchões elétricos e bolas de praia coloridas para espantar os leões-marinhos.