Governo pode usar helicóptero da família Perrella
(Foto: Bernardo Coutinho/ Jornal A Gazeta)
A Justiça Federal permitiu que o governo do
Espírito Santo utilize o helicóptero da família Perrella, apreendido com 445 quilos de pasta base de cocaína, em novembro, na região Sul do estado. O juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa negou o pedido de restituição feito pela família, mas ressaltou que a decisão não diz respeito à perda do bem. No documento, o magistrado afirma que a manutenção do helicóptero traz custos ao governo, que tem posse provisória da aeronave e tem interesse em utilizá-la nas atividades de segurança pública. O advogado dos Perrella, Antônio Castro, disse que não pretende questionar a decisão ainda. O governo do Espírito Santo ainda não se manifestou sobre o assunto.
No dia 24 de novembro de 2013, a
polícia apreendeu o helicóptero e a droga, e prendeu o piloto, o copiloto e dois homens que aguardavam a transação em uma fazenda em Afonso Cláudio, na região Sul do Espírito Santo. A cocaína havia sido descarregada da aeronave e estava pronta para ser despachada quando aconteceu a prisão. Em dezembro, o
governo manifestou interesse em usar o helicóptero.
A Justiça também autorizou a Superintendência da
Polícia Federal no Espírito Santo a usar o veículo Polo Sedan apreendido durante a ação policial. O carro pertence a um dos homens presos, que não se opôs ao pedido da Polícia Federal, segundo consta na decisão do magistrado.
O Ministério Público Federal se manifestou contrário aos pedidos do governo do estado e também da família Perrella. O órgão considerou prudente manter a aeronave apreendida. Nesse caso, a empresa da família Perrella seria responsável pela manutenção do helicóptero. O magistrado afirmou que a proposta fragiliza os objetivos da apreensão, já que o helicóptero não foi recolhido pelo valor econômico, mas por interessar ao processo.
O advogado dos Perrella, Antônio Castro, o Kakay, afirmou que não vai questionar a decisão, por enquanto. “É evidente que a família tem direito ao helicóptero, mas fomos informados que a aeronave tem sido usada para auxiliar na situação de emergência do Espírito Santo, em relação às chuvas. Como nessa época o helicóptero é pouco usado pela família, optamos por não questionar isso agora. Quando terminar, vamos, sim, questionar isso. Me parece óbvio e evidente que a família é vítima e tem esse direito (de recuperar o helicóptero)”, concluiu.